La región norte de Portugal es la zona del país con mayor presencia de equipos y corredores, pero el centro interior ha cerrado el hueco gracias al trabajo del Velo Clube do Centro, el alma mater del Miranda-Mortágua, que en 2021 se llamará Tavfer-Mortágua -donde ha renovado el gallego Ángel Sánchez-, con el grupo hostelero Tavfer asumiéndose como patrocinador principal para las próximas tres temporadas.
El único equipo portugués continental UCI basado en el interior del país es coordinado por Pedro Silva y se salió en la pasada Volta a Portugal con el 13º puesto de Daniel Freitas en la general y la presencia fuerte en los sprints del prometedor Leángel Linárez, venezolano que fue 2º en Águeda y top tres en otras dos etapas. Fue la tercera presencia del Miranda-Mortágua en la Grandísima.
En la vertiente septentrional de la sierra de Estrela encontramos Celorico da Beira, una de las bases de trabajo del Miranda-Mortágua, zona históricamente asociada a un producto obligatorio en la mesa de Navidad de las familias lusas: queijo da Serra, el queso de oveja de textura mantecosa. Desde ahí y también desde la base logística ubicada en Mortágua, Pedro Silva dirige a un conjunto con mucha juventud y algunas historias curiosas, como la del inglés Ash Coning.
Natural de York, Ash aterrizó en Portugal casualmente por asuntos laborales maternos. “En un año pasamos de no saber nada sobre Portugal a vivir aquí. Mi madre es profesora y recibió una propuesta de trabajo para Cascais. En cuanto aprobé el examen de selectividad nos trasladamos. Fue todo muy rápido”.
El inglés de 1,79 metros de estatura y 62-63 kilos de peso es un ciclista delgado, de una región con pedigrí ciclista. De ahí son los primos Ben y Connor Swift, Adam Blythe, Lizzie Deignan (Armitstead de soltera) o el fenómeno Thomas Pidcock. Ash empezó en el Clifton CC de York, a los 15 años se marchó a Identity Racing y en 2018 llegó a Portugal encajando en el equipo Crédito Agrícola/Jorbi/Almodôvar.
“2019 no fue bueno. No sabía cómo se corría en Portugal, la adaptación fue difícil por el calor ya que en York tenemos un clima más frio. He tardado casi un año en encontrar mis piernas, solamente en invierno tuve claro lo que tenía que cambiar. Empecé a trabajar con Hugo [campeón de la Volta ao Algarve en 2005] y Nuno Sabido de Sabido’s Cycling y a nivel de conocimiento técnico, del país y del pelotón son los mejores y eso me da confianza”, explica Ash Coning.
Con un buen trabajo y números fuertes en mano, Ash y los hermanos Sabido lograron convencer a Pedro Silva a apostar por él en un 2020 que tenía todo para ser su año de presentación, pero la pandemia de Covid-19 hizo con que estuviese solamente en la Clásica Primavera. En 2021, corredor y equipo se mantendrán unidos: “Trabajé aún más en el confinamiento para empezar a preparar la próxima temporada. El equipo me apoyó mucho, antes de la Volta a Portugal estuvimos dos semanas concentrados en Celorico da Beira y hemos entrenado en sierra de Estrela, somos como una familia. Ahora quiero mantener la motivación alta durante el inverno y espero tener oportunidades para enseñarme en el pelotón, apuntando a la Volta a Portugal y ¿porque no a la Volta ao Algarve? Son dos carreras donde todos quieren estar”.
Por ahora es difícil anticipar que tipo de ciclista llegará a ser este «yorkshireman» entusiasta de Julian Alaphilippe y que destaca por su ética de trabajo, por ser capaz de subir y sprintar – en el fondo un ciclista completo capaz de adaptarse a diferentes terrenos como hacía en los muchos criteriums planos que corrió en Inglaterra, carreras de supervivencia al estilo de las kermesses belgas, difíciles para un atleta ligero.
Cascais, Sintra, Mafra son zonas habituales de entrenamiento de este inglés que aprecia vivir y trabajar en Portugal. ¿Quién sabe si en unos años no tendremos un caso como el de Simon Gerrans? En 2003 el aussie fue aprendiz en Carvalhelhos-Boavista y con el equipo de la ciudad de Porto estuvo en el Tour del Porvenir contribuyendo para la victoria en la general por equipos en una edición que ganó Egoi Martínez; saltaría meses más tarde para el Ag2r donde empezó una carrera al más alto nivel.
En una de las zonas más ventosas de Portugal, Ash Coning espera que algún día la brisa de Cascais lo lleve a subir uno o más escalones. Por el momento quiere triunfar con Miranda-Mortágua, un escaparate por donde pasaron Gonçalo Carvalho, Jorge Magalhães y donde actualmente hay chavales con potencial como el escalador Pedro Pinto al lado del experimentado Joaquim Silva y del capitán Hugo Sancho, que colgó la bici después de concluir la 11ª Volta a Portugal de su carrera.
VERSIÓN PORTUGUESA
De York a Cascais. A história de Ash Coning
A região Norte de Portugal é a zona do país com maior presença de equipas e corredores, mas o Centro interior tem fechado o espaço graças ao trabalho do Velo Clube do Centro, a alma mater da Miranda-Mortágua, que em 2021 vem para a estrada com nova identidade: Tavfer-Mortágua, com o grupo hoteleiro Tavfer a assumir-se como patrocinador principal para as próximas três temporadas.
A única equipa portuguesa Continental UCI baseada no interior do país é gerida por Pedro Silva e deu nas vistas na passada Volta a Portugal com o 13º lugar de Daniel Freitas na geral e a presença forte ao sprint do promissor Leangel Linarez, venezuelano que fez 2º em Águeda e top 3 em outras duas etapas. Foi a terceira presença da Miranda-Mortágua na Grandíssima.
Na vertente setentrional da serra da Estrela encontramos Celorico da Beira, uma das bases de trabalho da Miranda-Mortágua, zona historicamente associada a um produto obrigatório na mesa de Natal das famílias portuguesas: o queijo da Serra. Desde aí e desde a base logística da equipa, em Mortágua, Pedro Silva dirige um conjunto com muita juventude e algumas histórias curiosas, como a do inglês Ash Coning.
Natural de York, Ash caiu em Portugal de paraquedas. “Num ano passamos de não saber nada sobre Portugal a viver aqui. A minha mãe é professora e recebeu uma proposta de trabalho para Cascais, mal recebi as notas dos exames, mudámos. Foi tudo muito rápido”.
O inglês de 1,79m e 62-63kg é um ciclista robusto, de uma região com pedigree ciclista – são daqui os primos Ben e Connor Swift, Adam Blythe, Lizzie Deignan ou o fenómeno Thomas Pidcock. Ash começou no Clifton CC em York, aos 15 anos trocou para a Identity Racing e em 2018 chegou a Portugal encaixando-se na Crédito Agrícola/Jorbi/Almodôvar.
“O meu 2019 não foi ótimo. Não sabia como se corria em Portugal, a adaptação foi difícil pelo calor já que em York temos um clima mais frio. Demorei quase um ano a encontrar as pernas ideais, só no inverno é que percebi o que tinha que mudar. Comecei a trabalhar com o Hugo [campeão da Volta ao Algarve em 2005] e o Nuno Sabido da Sabido’s Cycling e a nível de conhecimento técnico, do país e do pelotão são os melhores e isso dá-me confiança”, explica o inglês.
Com um bom trabalho e números fortes na mão, Ash e os irmãos Sabido convenceram Pedro Silva a apostar nele para um 2020 que tinha tudo para ser o ano de apresentação do miúdo de 20 anos, mas a pandemia de Covid 19 fez com que competisse apenas na Clássica Primavera. Em 2021, corredor e equipa mantêm-se unidos: “Trabalhei ainda mais forte durante o confinamento para começar já a preparar a próxima época. A equipa apoiou-me muito, antes da Volta a Portugal estagiamos duas semanas em Celorico da Beira e treinamos na serra da Estrela. Agora quero manter a motivação alta durante o inverno e espero ter oportunidades para me mostrar no pelotão, apontando à Volta a Portugal e porque não à Volta ao Algarve. São as duas corridas onde todos querem estar”.
Por agora é difícil antecipar que tipo de ciclista será este Yorkshireman fã de Julian Alaphilippe e que se destaca pela ética de trabalho, por ser capaz de subir e sprintar – no fundo um ciclista completo capaz de se adaptar a diferentes terrenos como fazia nos muitos critérios planos que correu em Inglaterra, corridas de sobrevivência ao estilo das kermesse belgas difíceis para um atleta leve.
Cascais, Sintra, Mafra são habituais zonas de treino deste inglês que aprendeu a gostar de viver e trabalhar em Portugal. Quem sabe se dentro de uns anos não teremos um caso parecido com o de Simon Gerrans? O aussie teve um percurso invulgar estagiando em 2003 na Carvalhelhos-Boavista, equipa que representou na Volta à França do Futuro, contribuindo para a vitória na classificação coletiva, numa edição ganha por Egoi Martínez; saltaria uns meses depois para a Ag2r onde começou uma carreira ao mais alto nível.
Numa das zonas mais ventosas de Portugal, Ash Coning espera que um dia a brisa de Cascais o leve a subir de escalão. De momento quer triunfar pela Miranda-Mortágua, uma montra por onde também passaram Gonçalo Carvalho, Jorge Magalhães e onde atualmente há miúdos com potencial como o escalador Pedro Pinto ao lado do experiente Joaquim Silva e do capitão Hugo Sancho, que pendurou a bicicleta após concluir a 11ª Volta a Portugal da carreira.